quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Esofagite por Refluxo Gastro-Esofágico - Terapêutica


Actualmente, a terapêutica mais frequentemente empregue na Esofagite por Refluxo Gastro-Esofágico (DRGE) tem por base a utilização de fármacos inibidores da secreção de ácido (HCl), produzido a partir de células parietais localizadas no estômago.

Estudos realizados ao longo dos últimos anos têm demonstrado que os anti-ácidos desempenham um papel crucial no alívio dos sintomas, tanto da úlcera péptica, como do refluxo gastro-esofágico.

Todos eles envolvem mecanismos de acção que pretendem atingir um mesmo fim:

- Redução da acidez gástrica

- Aumento da produção de prostaglandinas (protectoras da mucosa gástrica)

Quais são as classes de fármacos mais importantes?

Dentro desta classe de fármacos, aqueles que ganham maior destaque são:

1) Antagonistas dos receptores de histamina (H2)

2) Inibidores das bombas de protões (PPI)

3) Anticolinérgicos

Retirado de: Katzung, 6ªedição

Quais são os seus mecanismos de acção?

1) Antagonistas dos receptores de histamina (H2)

Os fármacos desta classe actuam por bloqueio competitivo dos receptores H2 expressos nas células gástricas parietais, impedindo a secreção de ácido. Ocorre uma redução da produção de um 2ºmensageiro, o AMPc, sem o qual as bombas de H+,K+-ATPases não são capazes de libertar o ácido para o lúmen gástrico.

Apesar deste bloqueio, não é correcto afirmar que a produção de ácido esteja completamente suprimida, pelo facto de haver a nível gástrico outros receptores susceptíveis de serem estimulados por exemplo pela gastrina ou acetilcolina.

É uma terapêutica que oferece uma elevada segurança na sua utilização pelo facto de não causar acloridria total e as reacções adversas encontradas não são muito graves, como tonturas, fadiga e rash.

Como representante desta classe é utilizada a cimetidina.

2) Inibidores das bombas de protões (PPI)

O seu mecanismo de acção envolve a inibição irreversível da enzima H+/K+-ATPase a nível gástrico, o que a longo prazo pode ser prejudicial para o doente. Os diferentes PPI distinguem-se pelos diferentes locais de ligação na bomba de protões para os quais têm maior/menor afinidade, resultando evidentemente numa alteração na potência farmacológica de cada fármaco.

Atenção!

PPI tem a capacidade de se acumular nas células parietais, o que significa que o efeito inibitório é proporcional à dose administrada. Com esta terapêutica corre-se o risco de atingir um estado de acloridria em cerca de 90% com uma medicação cumulativa de 3-4 dias.

http://www.209.225.27.201/en_US/hcp/tools2.jsp

Face aos benefícios do tratamento, os efeitos adversos são em tudo semelhantes aos existentes para os antagonistas H2, acrescentando entre outros efeitos a diarreia, cefaleias, náuseas e dores abdominais.

Um dos fármacos mais conhecidos e prescritos é o omeprazol.


3) Anticolinérgicos

Retrata uma abordagem menos popular, por apresentar resultados menos eficazes em que o controlo da secreção gástrica se baseia na modulação da inervação colinérgica.

Outras abordagens podem ser tidas em conta como é o caso de fármacos pró-cinéticos, ou seja, que aumentem a motilidade dos músculos do tracto GI (ex: metaclopramida) podendo assim intervir no alívio dos sintomas presentes no DRGE.


Qual é então a terapêutica mais comum?

Hoje em dia, a terapêutica que ganha maior destaque é sem margem de dúvidas os PPIs, pois permite uma:

- Maior rapidez no alívio dos sintomas (ex: pirose)

- Cicatrização das úlceras mais acentuada em doentes em estadios mais avançados


Perspectivas futuras

Apesar de todas estas alternativas farmacológicas, a investigação de novos alvos terapêuticos e de combinações entre fármacos para a resolução da DRGE deve ser tida em conta com o objectivo de se obter uma terapêutica o mais eficaz possível e com o menor nº de efeitos secundários.


http://www.rebuildcreditscores.com



Bibliografia

ARMSTRONG, D., Gastroesophageal reflux disease, Elsevier, 5:589–595, 2005, Canada

GOODMAN AND GILMAN, As bases da farmacologia da terapêutica, McGrawHill, 10ªedição, pág.753-767, 2005, USA

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