quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Sistema Endócrino


Novidade não é que o nosso organismo tende a aproximar-se de um equilíbrio. Para isso, é essencial que o seu meio interno esteja em constante manutenção: “É a constância do meio interno que constitui a condição da vida livre e independente… Por muito que variem, todos os mecanismos vitais tem somente um objectivo, manter constantes as condições da vida no ambiente interno” (Claude Bernard, sec. XIX).

O Sistema Endócrino é um dos mais complexos sistemas de comunicação do nosso organismo, sendo composto por todas as glândulas que secretam hormonas, as glândulas endócrinas (Ao contrário das glândulas exócrinas, as endócrinas não possuem ductos excretores). Os vários grupos hormonais em que o Sistema Endócrino se pode dividir assumem um papel essencial na regulação de quase todas as funções corporais (metabolismo, reprodução, comportamento, equilíbrio electrolítico…), o que confirma a sua importância e necessidade de regulação extrema.

Para entender a estrutura base deste sistema, é importante introduzir o conceito de hormona.
Hormona: substância química lançada em circulação, por tecidos diferenciados, em resposta a um estímulo específico e numa quantidade ajustada a este. A sua libertação leva a uma reacção específica num tecido ou órgão alvo.
Locais de Produção de Hormonas no Organismo
in Text Book of Medical Physiology

As hormonas podem dividir-se em três classes principais: Proteínas e polipéptidos, Esteróides e Derivadas da Tirosina.

As primeiras, proteicas, incluem as hormonas produzidas na hipófise (hipófise anterior e posterior), pâncreas, glândulas paratiroideias, entre outros menos frequentes. Deste grupo fazem parte a maioria das hormonas, variando de cadeias de 3 aminoácidos a pequenas proteínas (algumas glicoproteínas). Em muitos casos são sintetizadas nos ribossomas nas células endócrinas como pré-pró-hormonas que depois são clivadas em pró-hormonas e depois maturadas até à sua secreção em hormonas activas.
Exemplos de hormonas proteicas: CRH, Calcitonina, Leptina, Insulina e Hormona de Crescimento.

As hormonas esteróides são lípidos secretados pelo córtex adrenal (glândula supra-renal), ovários, testículos e ainda a placenta. Todas as hormonas esteróides têm um precursor comum: colesterol. As células produtoras de esteróides sintetizam este composto mas a maior parte é proveniente do plasma. A síntese das hormonas é depois feita por pequenas alterações estruturais por parte de enzimas específicas. Estas hormonas não são armazenadas dentro da célula: visto serem lípidos, quando são produzidas atravessam logo a membrana celular e atravessam o fluido intersticial e entram no sangue onde se ligam a determinadas proteínas plasmáticas.
Exemplos de hormonas esteróides: Testosterona, Estrogénio, Progesterona, Cortisol e Vitamina D (derivada).

Finalmente, as hormonas derivadas da tirosina são secretadas pela tiróide e medula supra-renal.
Exemplos de hormonas derivadas da tirosina: Tiroxina, Triiodotironina, Adrenalina (ou Epinefrina) e Noradrenalina (Norepinefrina).

Ao contrário do que se possa pensar, não há polissacáridos ou ácidos nucleicos com actividade hormonal.

Nas bases do sistema Endócrino podemos ainda apontar os mecanismos de feedback, positivo e negativo. Resumindo, estes mecanismos, têm como objectivo regular as concentrações de hormonas com base nas reacções resultantes. No caso do mecanismo de feedback negativo, quanto maior for a reacção, menor a libertação da hormona a partir desse momento, no caso do feedback positivo, elevadas concentrações de determinada substância estimulam a libertação da hormona.

Patologias Frequentes

A hormona de crescimento é uma das hormonas que apresentam um quadro bastante variado em termos de distúrbios. Quando existe um excesso de HC pode observar-se gigantismo se este aumento for antes da puberdade ou acromegália (crescimento de alguns tecidos específicos) se for depois da puberdade. Um défice de HC pode conduzir a baixa estatura e obesidade.

Outras hormonas que apresentam distúrbios comuns são as tiroideias, alteração presente no hipo e hipertiroidismo.

A hormona paratiroideia é uma hormona que está relacionada com o metabolismo do cálcio e, portanto, um excesso conduz a hipercalcémia e um défice a hiperexcitabilidade muscular, entre outros sinais

Bibliografia
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Text Book of Medical Physiology. 11th ed. Elsevier Ed., 2006.
VANDER, A. J., SHERMAN, J. H., LUCIANO, S. D., Humam PhysiologyThe Mechanisms of Body Function, McGraw-Hill.
Apontamentos das Aulas Teóricas de Fisiologia. FCM-UNL 2010/11 

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