Novidade
não é que o nosso organismo tende a aproximar-se de um equilíbrio. Para isso, é
essencial que o seu meio interno esteja em constante manutenção: “É a
constância do meio interno que constitui a condição da vida livre e
independente… Por muito que variem, todos os mecanismos vitais tem somente um
objectivo, manter constantes as condições da vida no ambiente interno” (Claude
Bernard, sec. XIX).
O
Sistema Endócrino é um dos mais complexos sistemas de comunicação do nosso
organismo, sendo composto por todas as glândulas que secretam hormonas, as glândulas endócrinas (Ao contrário das glândulas exócrinas,
as endócrinas não possuem ductos excretores). Os vários grupos hormonais em que o
Sistema Endócrino se pode dividir assumem um papel essencial na regulação de
quase todas as funções corporais (metabolismo, reprodução, comportamento,
equilíbrio electrolítico…), o que confirma a sua importância e necessidade de
regulação extrema.
Para
entender a estrutura base deste sistema, é importante introduzir o conceito de
hormona.
Hormona: substância química
lançada em circulação, por tecidos diferenciados, em resposta a um estímulo
específico e numa quantidade ajustada a este. A sua libertação leva a uma
reacção específica num tecido ou órgão alvo.
Locais de Produção de
Hormonas no Organismo
in Text Book of Medical Physiology
As
hormonas podem dividir-se em três classes principais: Proteínas e polipéptidos,
Esteróides e Derivadas da Tirosina.
As
primeiras, proteicas, incluem as hormonas produzidas na hipófise (hipófise
anterior e posterior), pâncreas, glândulas paratiroideias, entre outros menos
frequentes. Deste grupo fazem parte a maioria das hormonas, variando de cadeias
de 3 aminoácidos a pequenas proteínas (algumas glicoproteínas). Em muitos casos
são sintetizadas nos ribossomas nas células endócrinas como pré-pró-hormonas
que depois são clivadas em pró-hormonas e depois maturadas até à sua secreção
em hormonas activas.
Exemplos de hormonas proteicas:
CRH, Calcitonina, Leptina, Insulina e Hormona de Crescimento.
As
hormonas esteróides são lípidos secretados pelo córtex adrenal (glândula
supra-renal), ovários, testículos e ainda a placenta. Todas as hormonas
esteróides têm um precursor comum: colesterol. As células produtoras de
esteróides sintetizam este composto mas a maior parte é proveniente do plasma.
A síntese das hormonas é depois feita por pequenas alterações estruturais por
parte de enzimas específicas. Estas hormonas não são armazenadas dentro da
célula: visto serem lípidos, quando são produzidas atravessam logo a membrana celular
e atravessam o fluido intersticial e entram no sangue onde se ligam a
determinadas proteínas plasmáticas.
Exemplos de hormonas
esteróides: Testosterona, Estrogénio, Progesterona, Cortisol e Vitamina D
(derivada).
Finalmente,
as hormonas derivadas da tirosina são secretadas pela tiróide e medula
supra-renal.
Exemplos de hormonas derivadas
da tirosina: Tiroxina, Triiodotironina, Adrenalina (ou Epinefrina) e
Noradrenalina (Norepinefrina).
Ao
contrário do que se possa pensar, não há polissacáridos ou ácidos nucleicos com
actividade hormonal.
Nas
bases do sistema Endócrino podemos ainda apontar os mecanismos de feedback,
positivo e negativo. Resumindo, estes mecanismos, têm como objectivo regular as
concentrações de hormonas com base nas reacções resultantes. No caso do
mecanismo de feedback negativo, quanto maior for a reacção, menor a libertação
da hormona a partir desse momento, no caso do feedback positivo, elevadas
concentrações de determinada substância estimulam a libertação da hormona.
Patologias Frequentes
A
hormona de crescimento é uma das hormonas que apresentam um quadro bastante
variado em termos de distúrbios. Quando existe um excesso de HC pode
observar-se gigantismo se este aumento for antes da puberdade ou acromegália
(crescimento de alguns tecidos específicos) se for depois da puberdade. Um
défice de HC pode conduzir a baixa estatura e obesidade.
Outras
hormonas que apresentam distúrbios comuns são as tiroideias, alteração presente
no hipo e hipertiroidismo.
A
hormona paratiroideia é uma hormona que está relacionada com o metabolismo do
cálcio e, portanto, um excesso conduz a hipercalcémia e um défice a
hiperexcitabilidade muscular, entre outros sinais
Bibliografia
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Text Book of Medical Physiology. 11th ed. Elsevier Ed., 2006.
VANDER, A. J., SHERMAN, J. H., LUCIANO, S. D., Humam Physiology, The Mechanisms of Body Function, McGraw-Hill.
Apontamentos das Aulas Teóricas de Fisiologia. FCM-UNL 2010/11
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