quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Introdução à Virologia

Os vírus são partículas formadas por estruturas proteicas replicativas e possuindo ácidos nucleicos. Estes são potencialmente patogénicos, sendo o seu genoma constituído por ácidos nucleicos que se replicam no interior de células vivas, usando a maquinaria da célula onde estão, produzindo a síntese de partículas virais que, caso sejam libertas poderão infectar outras células e assim sucessivamente.
Observe que a definição anteriormente descrita evita os termos “vida” ou “organismo”, isto porque os vírus não têm metabolismo, não produzem energia, não crescem e não se dividem. Nos casos mais simples limitam-se a fornecer às células infectadas a informação genética a ser expressa pelo equipamento celular á custa da energia obtida pela célula.

Morfologia dos vírus
As partículas virais, ou viriões, são constituídas por uma cápsula proteica, a cápside, que encerra um nucleóide, composto pelo ácido nucleico viral, em regra associado a proteínas. O conjunto da cápside e do nucleóide designa-se como nucleocápside. Muitos viriões são ainda revestidos por um involucro derivado da membrana celular no processo de saída do vírus.
Os viriões têm forma, estrutura e dimensões bastante diferentes, dependendo do tipo de família a que pertencem. Há vírus quase esféricos, outros em bastonete rígido, outros em filamento flexível, outros ainda em forma de bala. As dimensões destes variam entre 20 nm no caso dos parvovírus até aos cerca de 450 nm dos poxvírus.

Classificação e Taxonomia
A classificação dos vírus constitui um caso difícil no que toca á sistemática. No restante mundo vivo, a noção básica de espécie é fácil e não ambígua, constituindo uma categoria fundamental de toda a classificação. É também difícil hierarquizar as características distintivas dos vírus. O que é mas importante num processo classificativo: o tipo de ácido nucleico? O tipo de estrutura? Ou o tipo de hospedeiro?
Por estas dificuldades, os vírus foram classificados durante muitos anos apenas em grupos e tipos. Mas com a evolução de conhecimentos, mais concretamente em Biologia Molecular dos vírus, permitiu adoptar uma classificação próxima da sistemática tradicional, com definição de géneros e espécies.
Os critérios principais usados na classificação de um vírus são: o tipo de genoma (DNA ou RNA e características especificas de cada um deles), estrutura (icosaédrica, helicoidal ou mista; com ou sem involucro), tipo de hospedeiro (vertebrados, invertebrados, plantas, fungos, bactérias).
Estes grandes critérios, no essencial, servem para definir as famílias, designadas por termos terminados com o sufixo viridae (retroviridae, herpesviridae …). Algumas famílias dividem-se em subfamílias, com designação terminadas em virinae (família herpesviridae divide-se em subfamílias alfaherpesvirinae, betaherpesvirinae e gamaherpesvirinae).

O Ciclo Viral
O ciclo infeccioso inclui diversas fases distintas. A primeira interacção do vírus com a célula é a adsorção à membrana, a que se segue a penetração da célula. A seguir, durante algum tempo já não se consegue detectar vírus infeccioso no interior da célula. Esta fase é designada como elipse viral e corresponde ao período em que se sintetizam os componentes, enzimas, acido nucleico e proteínas, necessários à formação de uma nova partícula viral, por montagem dos seus componentes. A partir do momento em que se começam a detectar novos vírus, entra-se na fase de maturação, com produção exponencial de novos vírus, que vão se libertos na fase final, extrusão. Estas duas ultimas fases, em muitos vírus, podem ser sobrepostas, sendo os novos vírus libertos á medida que se formam. A duração do ciclo lítico, isto é, de morte celular é variável conforme o vírus, podem ser de 6 até 48 horas ou até mais.
Bibliografia:
Ferreira W., Sousa J.; Microbiologia – Volume 1; Editora LIDEL, 1998, Porto
Pereira J.; Aulas Teóricas de Virologia; Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, 2010.

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